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Dos desafios à superação, população surda continua na luta por inclusão e direitos
Beatriz Gonçalves

Beatriz Gonçalves

Estagiária da Fundação 1º de Maio

Dos desafios à superação, população surda continua na luta por inclusão e direitos
Foto: Dilvulgação

Neste domingo (26), comemora-se o Dia Nacional do Surdo, em homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, conhecida como INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos).

Segundo dados do IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística), aproximadamente 10 milhões de brasileiros são surdos, de forma parcial ou completa – cerca de 2% da população.

Entretanto, a inclusão dessas pessoas na sociedade, não é levada como prioridade pelo governo. Assim, permanece a dificuldade de desfrutar de direitos e serviços básicos, entre eles: Educação, trabalho, atendimento e sobretudo, acessibilidade.

Discriminação Social

O estudante universitário de Psicologia, Leonardo Aguiar Ceschin Franco (21), é deficiente auditivo e conta que perdeu parte da sua audição do ouvido esquerdo aos 4 anos de idade, ao ser atropelado quando atravessava a rua.

Ele conta que entre todos os desafios, o maior é a discriminação social.
Um exemplo que o jovem relata foi de uma vez em que jogava bola com alguns amigos na praia, em que a bola atingiu um grupo de pessoas e ele foi buscar.


“Quando fui buscar a bola e me desculpar, recebi alguns comentários ofensivos como:” Mas por que esse surdinho está jogando bola?”.

A Discriminação social e agressões verbais aos deficientes geralmente são chamadas de “brincadeiras por agressões, mas são classificadas pela lei 13.146/2015 como crime, sujeito a pena de 1 a 3 anos de reclusão.

Ainda assim, é um desafio coletivo conscientizar a comunidade sobre a gravidade desses atos e a necessidade que os deficientes precisam de apoio e integração.

“Mesmo com orientação, capacitação e conhecimento, muitas pessoas por falta de informação diminuem ou desacreditam das suas capacidades”.

Leonardo comenta que a “inclusão está inteiramente ligada à educação” e que ela “também poderia ser uma exigência no ensino básico, integrando toda comunidade as necessidades dos surdos”.

O universitário ainda adiciona um pedido:

“Queria pedir pra que todos sejamos inclusivos, olhar do ponto de vista do próximo e tentar entender suas dificuldades”.

Língua Brasileira de Sinais

Libras é a sigla para Língua Brasileira de Sinais, uma modalidade gestual-visual onde é possível se comunicar por meio de gestos, expressões faciais e corporais.

Na esfera acadêmica, por exemplo, algumas universidades inserem as Libras (Língua Brasileira de Sinais), como matéria essencial aos alunos.

Vale lembrar que, o sistema estadual e municipal deve garantir a inclusão do ensino de Libras nos cursos de formação de educação especial, fonoaudiologia e magistério, no nível médio e superior, pois estão garantidas por lei.

5 Curiosidades sobre as Libras

  • Assim como a maioria das línguas de sinais ocidentais, a Libras tem origem na “LSF” (Língua de Sinais Francesa);
  • Expressões faciais e corporais são tão importantes quanto os sinais;
  • As línguas de sinais também possuem regionalismo (sotaques, gírias);
  • É possível aprender novos sinais e fazer cursos básicos de Libras de forma online, como o Hand Talk, VLibras e cursos no Youtube;
  • Em 2013, surgiu a TV INES. Primeira web TV, dedicada totalmente à comunidade surda, onde prioriza Libras e conta com legendas e locução em todos os produtos.


Solidariedade defende:

A integração social, igualdade de direitos e oportunidades estão entre os principais valores do Solidariedade e, por essa razão, o partido defende a criação e permanência de políticas públicas no âmbito Federal, Estadual e Municipal.


Entre os planos de ação do partido, estão:

  • criação de cursos de capacitação;
  • reformulação de leis de inclusão;
  • inclusão escolar plena;
  • incentivo ao esporte;
  • modelo de saúde especializado;
  • acessibilidade plena para deficientes;
  • barateamento de aparelhos tecnológicos de acessibilidade. 

Dessa forma, acreditamos que a aplicação dessas políticas públicas, somadas ao debate com a comunidade é algo essencial para a integração plena de pessoas surdas e parcialmente surdas. Para construir uma sociedade mais justa e com equidade de oportunidades para todos.


Fonte: Libras.com, Clube de Libras
Leonardo Aguiar Ceschin Franco, 21 anos
Correio Braziliense