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Além dos muros das escolas: especialistas propõem soluções para a educação
Além dos muros das escolas: especialistas propõem soluções para a educação
Visita de Lorena Oliveira, prefeita de Franco da Rocha (SP), à Escola Estadual Professora Elvira Parada Manga. Foto: Comunicação Lorena.

Em 2023, mais de 9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos abandonaram os estudos antes de concluir a educação básica, segundo o IBGE. A maioria não completou o ensino médio. Entre os principais motivos estão a necessidade de trabalhar, no caso dos homens, e responsabilidades familiares, como gravidez e cuidados com crianças, no caso das mulheres.

Esse quadro expõe reflete os desafios persistentes da educação pública brasileira: salas de aula superlotadas, falta de recursos, violência escolar e ausência de políticas efetivas. Diante disso, a Fundação 1º de Maio reuniu quatro especialistas das áreas de gestão pública, educação, ciências sociais e jurídicas para analisar as principais causas e apontar caminhos para melhorias.

Para a socióloga Danúbia Barbosa, ex-candidata a vice-prefeita em Maceió, o problema vai além dos muros da escola. Ela destaca que garantir o direito à educação exige uma rede de infraestrutura básica, envolvendo desde o saneamento até o transporte público acessível:

“É necessário ter todo um complexo de infraestrutura, ligado desde o saneamento até o transporte básico, para garantir esse direito fundamental para as crianças e os adolescentes, que é a educação.”
Ela reforça que é preciso assegurar esses direitos, fundamentais para o funcionamento saudável das escolas.

Outro tema relevante é o aumento dos casos de bullying e violência nas instituições de ensino. Situações de racismo, intimidação e até episódios mais graves, muitas vezes negligenciados, impactam diretamente na autoestima dos estudantes e no ambiente escolar como um todo. A prefeita de Franco da Rocha, Lorena Oliveira, enfatiza a gravidade do problema:

“A violência e o bullying são barreiras que comprometem diariamente o desempenho e a confiança dos estudantes, afetando seu bem-estar e seu aprendizado. O medo e a insegurança gerados podem afastá-los da escola.”

Lorena também reforça a necessidade de combater os preconceitos e discriminações presentes nas salas de aula:

“O racismo, a xenofobia e o sexismo precisam ser combatidos com ações concretas.”

Para o professor e ex-prefeito de Guarulhos, Elói Pietá, outro fator que contribui para a evasão escolar é a falta de políticas que conciliem estudo e trabalho para os jovens em situação de vulnerabilidade. Ele defende a criação de programas que incentivem a permanência escolar e a qualificação profissional:

“Os governos precisam ter programas de auxílio aos jovens para que permaneçam na escola. E também que haja programas de jovem aprendiz. Isso é, que a pessoa, mesmo tendo alguma atividade de trabalho, possa continuar estudando. Porque a formação até o final do ensino médio e, mais importante ainda, a formação na universidade vai dar condições para o Brasil ser um país mais competitivo no mundo.”

Além de políticas de permanência escolar, a transformação da educação também passa pelo engajamento social e político, como destaca Pedro Nepomuceno, gestor público e defensor da participação popular:

“Você vê que a política é transformadora. Mesmo quem não gosta de política, a política é a única ferramenta, instrumento para a mudança das pessoas. Isso é muito bacana.”

As falas dos especialistas trazem uma visão mais profunda da realidade da educação pública brasileira. É necessário investir não apenas em melhorias no currículo escolar, mas também em infraestrutura, saneamento básico, transporte acessível e políticas públicas que envolvam alunos e suas famílias.

Os desafios são muitos, mas a mudança é possível. Escolher políticos que realmente investem em educação é essencial para reverter esse quadro. O partido Solidariedade e a Fundação 1º de Maio reafirmam seu compromisso com a educação e a capacitação dos brasileiros.