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Lei do Estágio: avanços e o que ainda precisa melhorar
André Albuquerque

André Albuquerque

Diretor técnico

Lei do Estágio: avanços e o que ainda precisa melhorar
Imagem via Freepik

O estágio é um dos principais caminhos de inserção dos jovens no mercado de trabalho. Para muitos, é a primeira oportunidade de vivenciar a rotina profissional, aplicar a teoria aprendida em sala de aula e desenvolver habilidades para a carreira.

Com o objetivo de regulamentar essa etapa, foi criada em 2008 a Lei nº 11.788/2008, conhecida como Lei do Estágio. Ela representou um marco importante, trazendo regras claras para estudantes, instituições de ensino e empresas. Entre os principais avanços estão:

  • Limite de carga horária (máximo de 6 horas por dia e 30 horas semanais);
  • Obrigatoriedade de um termo de compromisso entre as partes envolvidas;
  • Recesso remunerado proporcional;
  • Bolsa-auxílio e auxílio-transporte para estágios não obrigatórios;
  • Limite de dois anos na mesma empresa.

Essas mudanças ajudaram a reduzir abusos e a reforçar o caráter formativo do estágio.

O que ainda precisa melhorar?

Apesar dos avanços, mais de 15 anos após sua criação a lei ainda apresenta desafios:

  1. Remuneração insuficiente
    Nos estágios obrigatórios, a bolsa-auxílio não é obrigatória, o que exclui estudantes de baixa renda que não conseguem arcar com transporte e alimentação.
  2. Atividades sem vínculo com a formação
    Ainda é comum que estagiários sejam utilizados como mão de obra barata em tarefas operacionais, sem relação direta com o curso, o que descaracteriza o objetivo do estágio que é pedagógico
  3. Dificuldade de conciliar com os estudos
    Mesmo com a carga horária reduzida, alunos em cursos integrais enfrentam dificuldades para manter o equilíbrio entre estágio e vida acadêmica.
  4. Desigualdade de acesso
    Enquanto estudantes de grandes centros têm mais oportunidades, jovens de cidades menores ou cursos menos procurados enfrentam barreiras para ingressar no mercado.
  5. Novas modalidades de trabalho
    O estágio remoto ou híbrido, realidade cada vez mais presente, ainda não é plenamente regulamentado, gerando insegurança para empresas e estudantes.

Caminhos possíveis

Para que o estágio cumpra sua função de aprendizagem e desenvolvimento, é fundamental pensar em ajustes na lei e em políticas públicas de apoio. Alguns caminhos incluem:

  • Remuneração justa para todos os tipos de estágio, inclusive os obrigatórios;
  • Maior fiscalização para garantir que as atividades sejam formativas;
  • Flexibilização das modalidades (presencial, híbrido e remoto), adaptando-se às novas dinâmicas do trabalho;
  • Políticas de incentivo para pequenas e médias empresas oferecerem estágios;
  • Redução das desigualdades regionais, com mais oportunidades em cidades do interior e em órgãos públicos.

A Lei do Estágio foi um passo importante para valorizar o aprendizado e proteger os estudantes. Melhorar essa legislação é essencial para tornar o estágio mais inclusivo, justo e alinhado às transformações do mundo do trabalho. Afinal, garantir estágios de qualidade é investir na formação dos jovens e, consequentemente, no futuro do país.


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