Hoje, Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, convidamos a reflexão sobre a fragilidade do planeta e a necessidade de os povos avançarem na preservação e reconstrução dos biomas da Terra.
A data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1994 e avançou na agenda da organização a partir dos anos 2020, por meio da criação da “Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas” (2021 a 2030). O objetivo central é reverter a degradação dos solos e impulsionar a restauração de 40% de todas as terras do planeta.
As estimativas da ONU apontam que a degradação dos solos, incluindo a desertificação e a seca, afetam 3.2 bilhões de pessoas em todo o mundo e caso nada seja feito, pode atingir 75% da população mundial. O que implica em dizer que não é apenas um problema ambiental (puramente ecológico), mas também social e econômico, pois a diminuição de áreas habitáveis e agricultáveis, geram fluxos migratórios, deterioram a qualidade de vida das pessoas, diminui a renda das famílias e afeta a economia dos países.
A expectativa é que a restauração dos 350 milhões de hectares de ecossistemas terrestres e aquáticos criticamente degradados, propostos pela ONU, poderá gerar US$9 trilhões em serviços ecossistêmicos e remover entre 13 e 26 gigatoneladas de gases de efeito estufa da atmosfera.
Dentro do contexto do combate a desertificação está inserido o combate aos efeitos das mudanças climáticas. A COP 30 (Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) que será realizada em 2025 na cidade de Belém, no Pará, tem papel fundamental na construção de soluções e levantamentos de recursos para ações ambientais de combate às mudanças do clima e de redução do aumento da temperatura do planeta.
O Brasil, ao sediar a COP 30, terá a oportunidade de atuar como líder em temas como: justiça climática, transição energética, mobilização de recursos para a adaptação às mudanças climáticas, a preservação de florestas tropicais, a mitigação dos efeitos da desertificação e da seca, e a restauração de ecossistemas degradados. Mais do que liderar o debate, o país tem a oportunidade de se apresentar como exemplo para mundo com suas próprias iniciativas de preservação e de transição energética, como no caso da utilização de energia limpa, com mais de 90% da eletricidade vinda de fontes renováveis, e o uso de etanol nos veículos.
Neste Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, é fundamental reconhecer que os compromissos assumidos na COP 30 poderão influenciar diretamente o futuro dos ecossistemas do planeta. A luta contra a degradação dos solos, a perda de biodiversidade e o aquecimento global exige ação conjunta, cooperação entre os povos e valorização do conhecimento local. O Brasil, portanto, tem a chance e a responsabilidade de inspirar o mundo a seguir um caminho de reconciliação com a natureza e construção de um futuro justo e sustentável para todos.