O cenário político brasileiro tem testemunhado um fenômeno notável e encorajador: o crescente engajamento dos jovens no processo eleitoral. Longe de serem um grupo apático, a juventude tem mostrado que está atenta, informada e disposta a usar seu poder de voto para construir um futuro que reflita suas aspirações e necessidades. Esse movimento, impulsionado pela conectividade das redes sociais e pelo aumento da conscientização, é um pilar fundamental para a saúde da nossa democracia.
O voto, especialmente para os jovens de 16 e 17 anos, que têm o alistamento facultativo, é uma demonstração de responsabilidade cívica. Ao exercerem esse direito, eles não estão apenas escolhendo candidatos, mas também assumindo um papel ativo na definição dos rumos do país, influenciando políticas públicas que impactarão diretamente suas vidas, desde a educação até o mercado de trabalho.
Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) demonstram de forma inequívoca o aumento da participação juvenil. Nas eleições de 2022, o Brasil testemunhou um marco histórico: o número de novos eleitores entre 16 e 18 anos cresceu impressionantes 47,2% em relação a 2018. Somente entre janeiro e abril de 2022, mais de 2 milhões de jovens nessa faixa etária tiraram seu título de eleitor. Esse movimento de conscientização foi impulsionado por campanhas de influência nas redes sociais, com a participação de personalidades e influenciadores que incentivaram ativamente a juventude a se alistar.
Essa tendência positiva continuou em anos seguintes. Em 2024, para as eleições municipais, o número de jovens de 16 e 17 anos aptos a votar cresceu 78% em comparação a 2020, totalizando mais de 1,8 milhão de eleitores nessa faixa etária. Esses números não são apenas estatísticas; eles representam um movimento de jovens que se recusaram a ser espectadores e decidiram se tornar protagonistas da história do país.
Hoje, a escola e a universidade não são mais os únicos espaços de debate político. As redes sociais se tornaram plataformas de ativismo, onde os estudantes se organizam, discutem pautas urgentes e mobilizam apoio para causas que consideram importantes. Grêmios estudantis, coletivos e movimentos sociais ganharam uma nova dimensão, utilizando o ambiente digital para denunciar injustiças, cobrar transparência e pressionar por mudanças.
Essa capacidade de articulação em rede, somada à facilidade de acesso à informação, transforma os jovens em agentes de fiscalização e mudança. Eles questionam, debatem e buscam por soluções inovadoras para problemas antigos. O engajamento juvenil mostra que a política não é um universo distante, reservado apenas para adultos, mas sim um campo dinâmico onde todos têm o poder de participar e influenciar.
O voto jovem é mais do que um ato eleitoral: é uma declaração de que a democracia é viva e se renova. A participação dos estudantes tem o poder de impactar diretamente o futuro do país, elegendo representantes que defendem pautas progressistas, como a proteção ambiental, a inclusão social e a igualdade de oportunidades.
Diante do crescente número de jovens eleitores e do seu potencial transformador, o papel das instituições de ensino e da sociedade é fundamental. É preciso investir em educação política, estimular o senso crítico e fornecer ferramentas para que essa nova geração possa votar de forma consciente, livre da desinformação. O futuro do Brasil está, sem dúvida, nas mãos da juventude, e o seu engajamento político é a força motriz que pode conduzir o país a um caminho mais justo, próspero e equitativo para todos.