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Os desafios dos jovens na entrada para a carreira política
Giovanna Yule

Giovanna Yule

Diretora de planejamento estratégico da Fundação 1º de Maio e secretária nacional da Juventude do Solidariedade

Os jovens enfrentam vários desafios ao entrar no cenário político. É preciso criar um ambiente propício para o desenvolvimento de lideranças juvenis, valorizando suas ideias, experiências e perspectivas.

Na atual conjuntura política, observamos uma crescente necessidade de renovação e de vozes frescas na esfera pública. Os jovens, representando uma parcela significativa da população, detêm um potencial imenso para influenciar mudanças e moldar o futuro político de nossa nação. No entanto, é inegável que esses jovens enfrentam uma série de desafios ao ingressarem na carreira política, desafios estes que merecem ser compreendidos e superados para garantir uma representação mais diversificada e inclusiva.

Dados recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam uma realidade preocupante: em 2022, os jovens com idade até 24 anos representaram apenas 1,24% do total de filiados políticos. Esse número, por si só, evidencia uma lacuna significativa entre a juventude e a participação ativa nos partidos políticos. Diversos fatores podem contribuir para essa baixa representatividade, desde a falta de incentivo e apoio por parte das lideranças partidárias até a descrença na eficácia do sistema político.

Entretanto, há um vislumbre de esperança quando observamos outros dados divulgados pelo TSE. O aumento de 14,22% no eleitorado com faixa etária de 16 a 17 anos em janeiro, em comparação ao último pleito municipal, indica um despertar de interesse político entre os jovens. Esse crescimento não só demonstra uma maior conscientização cívica, mas também sinaliza um potencial de engajamento político que deve ser nutrido e incentivado.

Diante desse panorama, é essencial discutir e abordar os desafios enfrentados pelos jovens ao ingressarem na carreira política. Um dos principais obstáculos reside na falta de representatividade e de espaços de participação dentro dos próprios partidos políticos. Muitas vezes, os jovens encontram barreiras burocráticas e resistência por parte das estruturas tradicionais, dificultando sua ascensão e contribuição efetiva.

A perda de interesse dos jovens podem ter fatores como o envelhecimento de líderes partidários, a desconfiança no sistema político, e o segundo plano em que ficam pautas importantes para a faixa etária, como o emprego, a identidade de gênero e as mudanças climáticas. O país tem atualmente mais de 23% da população entre 15 e 24 anos sem trabalho e sem estudo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).


Nesse sentido, é necessário que os partidos políticos e as instituições de ensino invistam em programas de capacitação e de empoderamento para os jovens interessados em ingressar na carreira política. É preciso criar um ambiente propício para o desenvolvimento de lideranças juvenis, valorizando suas ideias, experiências e perspectivas.