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Mercado de trabalho no Brasil: os desafios da educação, economia e valorização profissional
Alexandre Pereira

Alexandre Pereira

Presidente estadual do Solidariedade (SP)

Mercado de trabalho no Brasil: os desafios da educação, economia e valorização profissional
IImagem de (DC Studios) Via Freepik

O mercado de trabalho no Brasil é diretamente influenciado por um conjunto de fatores estruturais, sociais e econômicos. Entre os principais vetores que moldam as oportunidades de emprego e a qualidade da mão de obra no país, destacam-se a educação e a qualificação profissional, o tamanho da economia e a divisão de renda, além da valorização e sofisticação do trabalho.


A educação e a qualificação profissional seguem sendo pilares centrais para a inserção e mobilidade no mercado de trabalho. Apesar do avanço nos índices de escolaridade — com a taxa de frequência escolar de jovens de 15 a 17 anos alcançando 91,5% em 2022, segundo o IBGE — muitos trabalhadores ainda enfrentam obstáculos para acessar uma formação técnica e superior de qualidade. Essa limitação compromete a competitividade do país em setores que exigem inovação, tecnologia e conhecimento especializado.


Outro fator decisivo é o desempenho da economia. Em momentos de expansão econômica, há um aumento na criação de empregos, especialmente formais. No entanto, períodos de recessão ou baixo crescimento econômico afetam diretamente a geração de postos de trabalho e contribuem para a informalidade. A má distribuição de renda, por sua vez, agrava a desigualdade de oportunidades, criando um ciclo difícil de quebrar. Em 2024, o Brasil registrou a menor taxa média anual de desemprego desde o início da série histórica da PNAD Contínua: 6,6%. No entanto, a informalidade ainda atinge 39% da população ocupada, o que equivale a mais de 40 milhões de pessoas em atividades sem proteção legal e sem acesso a direitos trabalhistas básicos.


Além disso, a desigualdade na distribuição de renda segue sendo um entrave importante. Dados do IPEA mostram que os 10% mais ricos da população concentram mais de 40% da renda nacional, o que perpetua um cenário de exclusão e limita o acesso a oportunidades de ascensão social.
A valorização do trabalho, tanto no aspecto salarial quanto nas condições de emprego, também tem um papel central. A busca por empregos mais dignos e por maior reconhecimento profissional tem levado à discussão sobre a sofisticação do trabalho, ou seja, a capacidade de agregar valor, inovação e produtividade às atividades econômicas. Entretanto, muitos trabalhadores ainda estão concentrados em ocupações de baixa qualificação e baixa remuneração. De acordo com a PNAD Contínua, mais de 30 milhões de brasileiros estão em postos informais, como o trabalho doméstico, ambulantes ou funções operacionais na construção civil — áreas essenciais, mas frequentemente negligenciadas em políticas de valorização profissional.


Sem políticas públicas integradas e investimentos estruturais, o Brasil continuará limitado a uma economia baseada em ocupações com pouca perspectiva de ascensão social. Isso inclui milhões de brasileiros que, apesar de seu esforço, permanecem presos a empregos sem proteção legal e com baixa capacidade de gerar mobilidade. É urgente promover ações coordenadas que envolvam investimentos em educação básica e técnica, estímulo à inovação, modernização dos setores produtivos e combate à desigualdade. Somente assim será possível construir um mercado de trabalho mais justo, dinâmico e sustentável.


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