Apesar de representarem a maioria do eleitorado brasileiro (52,6%) e de seu voto ser considerado decisivo nas eleições, as mulheres ainda enfrentam uma significativa sub-representação na política. Segundo o Relatório de Desigualdade de Gênero do Fórum Econômico Mundial (2022), apenas 26,1% das cadeiras parlamentares no mundo são ocupadas por mulheres. No Brasil, essa disparidade se manifesta de forma alarmante: nas eleições de 2022, apenas 15,1% dos deputados federais eleitos eram mulheres. Além disso, nas eleições municipais de 2020, somente 13% dos municípios elegeram prefeitas, e nenhuma capital brasileira é atualmente liderada por uma mulher.
Essa falta de representatividade contrasta fortemente com o fato de que as mulheres compõem aproximadamente 51% da população brasileira. A persistência dessa desigualdade é resultado de um conjunto de fatores complexos, incluindo a influência de uma cultura patriarcal que valoriza mais os homens em posições de poder, o apoio inadequado dos partidos políticos às candidaturas femininas e a dificuldade que as mulheres enfrentam para obter financiamento para suas campanhas. Soma-se a isso a violência política de gênero, que inclui desde ataques verbais até ameaças físicas, dissuadindo muitas mulheres de participarem da vida política
FATO CURIOSO: Mulheres negras são 6% do total de vereadores e estão em 4% das prefeituras do país, o menor grupo nesse cargo; 53% das cidades brasileiras não têm nenhuma mulher negra na Câmara Municipal.
Por que devemos falar mais sobre as mulheres na política?
A busca por representatividade e justiça na política é inseparável da igualdade de gênero. Em um país onde as mulheres compõem 52% da população, é imperativo que sua presença nos cargos de poder seja proporcional. Essa não é apenas uma questão de números, mas de democracia plena.
A igualdade de gênero é um direito humano fundamental, e negar às mulheres a participação plena na política significa privá-las do direito de moldar o futuro de suas comunidades e da nação como um todo. E também com mais mulheres no poder é possível ter politicas mais abrangentes, as mulheres têm necessidades e preocupações específicas que muitas vezes são negligenciadas quando não estão presentes nos espaços de decisão.
Sua participação garante que essas necessidades sejam consideradas na elaboração de políticas públicas. Marília Arraes, durante seu mandato como deputada federal, criou o Programa Dignidade Menstrual, que prevê a distribuição gratuita de absorventes higiênicos para estudantes de escolas públicas, detentas, mulheres em situação de vulnerabilidade e adolescentes e ilustra como a presença de mulheres em cargos de poder pode levar à criação de políticas públicas mais eficazes e sensíveis às necessidades das mulheres. Ao garantir que as vozes femininas sejam ouvidas nos espaços de decisão, podemos construir uma sociedade mais justa e igualitária, onde as necessidades das mulheres sejam devidamente consideradas e atendidas.
Com mais representatividade acontece:
1) Mudança cultural
A presença de mulheres em cargos de poder desafia estereótipos e preconceitos, promovendo uma mudança cultural em direção à igualdade de gênero e, consequentemente, reduzindo a violência política contra mulheres. Segundo pesquisas realizadas pelo Observatório da Mulher contra a Violência e pelo Instituto DataSenado, 32% das mulheres já sofreram discriminação no ambiente político devido ao seu gênero, evidenciando um padrão de violência que busca silenciar e deslegitimar a participação feminina. Essa realidade configura a violência política contra mulheres como uma barreira significativa para a igualdade de gênero na política.
2) Inspiração e modelos a seguir
A presença de mulheres em posições de liderança abre o caminho para as futuras gerações. Quando meninas e mulheres veem outras mulheres ocupando cargos de poder, elas percebem que podem ocupar esses espaços. Essa visibilidade confirma que é possível superar dificuldades e ter sucesso na política.
E o que pode ser feito para o aumento da representatividade feminina?
A Fundação 1º de Maio investe em programas de capacitação para mulheres, como o Lidera+ que é o maior programa de formação politica do Brasil, voltado exclusivamente para mulheres que desejam participar ativamente na política. Fazemos isso pois acreditamos que é fundamental investir em programas de capacitação de mulheres para tornar o pais justo e igualitário, também temos programas como o ELAS PODEM+, que visa conscientizar sobre a trajetória feminina no mercado de trabalho; o ELAS PODEM+ na Liderança, que ajuda mulheres a desenvolverem competências e habilidades importantes em espaços de poder. Políticas públicas robustas e programas de cotas mais rigorosos também são essenciais para impulsionar a mudança na representatividade feminina na política.
Junte-se a nós nesta causa! Apoie candidatas mulheres e dê um voto de confiança para transformar nossa sociedade. Não se deixe intimidar pela falta representatividade, use como motivação para engajar nessa luta por mais espaços e mais vozes! Lembre-se: a política precisa de nós.