A partir de muitas pesquisas, conversas e atuação com gestores da Educação no Estado de São Paulo, identificamos que no âmbito das Secretarias Municipais de Educação, as políticas públicas tiveram durante esse período de pandemia que enfrentar uma diversidade de dificuldades, para superar os obstáculos com vistas a desenvolver a educação à distância.

No rol de obstáculos, tínhamos a falta de conhecimento para adaptar as aulas ao formato digital como uma das maiores dificuldades relatadas pelos educadores. Muitos professores necessitavam de maior conhecimento sobre as ferramentas digitais e de trabalhos on-line, onde disciplinas específicas e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) lideravam essas necessidades. Percebemos que quase 50% afirmavam estar precisando de novas idéias, materiais didáticos e capacitações específicas.

Muitas Prefeituras criaram durante esse período, um programa de treinamento e formação continuada do professor em gestão da sala de aula. Isso porque, como afirmamos anteriormente, havia carência de competências digitais, era incipiente o uso de ferramentas e aplicativos associadas ao desenvolvimento das chamadas metodologias ativas, deixando de dar respostas adequadas ao quadro de competências e habilidades gerais e específicas contidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no recém homologado Currículo Paulista.

Ao longo das últimas décadas, as tecnologias digitais da informação e comunicação, também conhecidas por TDICs, vêm mudando nossas formas de trabalhar, de se comunicar, de se relacionar e de aprender. Assim, tivemos a oportunidade de incorporar às práticas docentes essas tecnologias, resultando aprendizagens mais significativas, seja na implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o processo de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes, seja despertando maior interesse e engajamento dos alunos em todas as etapas da Educação Básica.

Ao aprofundar e implementar cada vez mais essas metodologias, caminhamos na direção de promovermos a alfabetização e o letramento digital, tornando acessíveis as tecnologias e as informações que circulam nos meios digitais e oportunizando a inclusão digital.

Após a realização de muitas oficinas, debates, planejamento e prática com os professores e dirigentes, com certeza, notamos que o aprendizado foi muito rico. Podemos mencionar alguns ganhos como:

I -o acesso e o uso de dispositivos eletrônicos aplicados à educação: TV, notebooks, smartphones, tablets, etc.; seja no planejamento das aulas, seja nas atividades sugeridas aos alunos.

II -noções de técnicas de mediação da aprendizagem em ambientes virtuais.

III –maior conhecimento de práticas e de teoria sem Blended Learning (Ensino Híbrido) com apresentação de roteiros específicos voltados para o ensino baseado em competências (competency basead learning);

IV -a utilização prática do Google Classroom (gestão de sala de aula), ouso da Padlet (lousa digital) e a implementação do Book Creator (criador de livros digitais);

V –melhor utilização de metodologias com técnicas de ensino voltado para o desenvolvimento de projetos e aprendizagem baseada em problemas;

VI–os diferentes níveis de acesso à internet.

Por último, a crise provocada pela pandemia trouxe consigo uma considerável desorganização das atividades econômicas, bem como das políticas públicas, com forte impacto sobre a educação. No entanto, como vimos neste artigo, também tivemos alguns resultados que certamente farão diferença para a nossa missão de educadores e sem dúvida alguma, uma nova experiência para os alunos.