O Brasil tem enfrentado uma crise crescente na saúde mental de saúde mental no ambiente de trabalho, o famoso Burnout. Em 2014, cerca de 203 mil brasileiros foram afastados devido a transtornos como depressão, ansiedade e estresse grave. Agora, em 2024, esse número mais que dobrou, ultrapassando 440 mil afastamentos, um recorde na série histórica. Os dados do Ministério da Previdência Social revelam um salto alarmante em relação a 2023, com um aumento de quase 67% nos afastamentos por transtornos mentais
AFINAL, O QUE É BURNOUT?
o termo burnout, de origem inglesa, representa algo que deixou de funcionar por exaustão de energia. A síndrome de burnout é um transtorno psicológico desencadeado pelo excesso de estresse no ambiente de trabalho, levando à fadiga extrema e ao desgaste emocional. Também conhecido como síndrome do esgotamento profissional. Essa condição compromete diversas áreas da vida do indivíduo e surge como consequência da sobrecarga de responsabilidades e da pressão constante.
Qual impacto no mercado de trabalho?
Nas empresas, a saúde mental está cada vez mais associada ao desempenho financeiro. Estima-se que transtornos mentais causem uma perda global de produtividade que pode chegar a US$ 1 trilhão por ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as empresas já reconhecem que problemas de saúde mental estão entre os principais fatores que elevam seus custos operacionais. Ainda de acordo com a OMS, para cada US$ 1 investido em ações que promovem o bem-estar mental dos colaboradores, há um retorno de US$ 4 em ganhos de produtividade.
CRISE NO BRASIL
Uma pesquisa do Instituto Ipsos revelou que 53% dos brasileiros relataram piora na saúde mental em 2020, colocando o país como o quinto com maior aumento entre os 30 países pesquisados. Além disso, um estudo da Oracle, realizado em 11 países, mostrou que 84% dos trabalhadores brasileiros acreditam que suas empresas precisam adotar mais medidas para proteger a saúde mental dos funcionários.
O Brasil também lidera o ranking mundial de casos de ansiedade. Segundo a OMS, mais de 18 milhões de brasileiros sofrem com transtornos de ansiedade, representando cerca de 9,3% da população. Quando se trata de depressão, o país tem a maior taxa de prevalência da América Latina, o que evidencia a urgência de políticas mais eficazes voltadas para a saúde mental no ambiente de trabalho e na sociedade em geral.
Além disso, o racismo agrava os transtornos mentais, particularmente na população negra. Dados do Ministério da Saúde revelam que o número de suicídios entre pessoas pretas e pardas é 45% maior em comparação com brancos. O risco de suicídio na população negra aumentou 12% nos últimos anos, enquanto permaneceu estável entre os brancos. A faixa etária mais afetada é de 10 a 29 anos, especialmente entre os homens negros, que têm 50% mais chances de cometer suicídio do que os brancos dessa mesma faixa etária. Este cenário evidencia o impacto das desigualdades sociais e raciais, não só como uma crise pessoal, mas também como um reflexo de um sistema que compromete a qualidade de vida e a produtividade.
O Brasil não pode continuar a ignorar o preço alto que está pagando por não tratar adequadamente essa questão. É um impacto que têm afetado a produtividade e a qualidade de vida da população
É fundamental que empresas, governos e a sociedade civil se unam para enfrentar essa crise. é uma epidemia silenciosa e não pode ser ignorada mais